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Meu cantinho.

Meu cantinho.

A sociedade anda a formar pessoas depressivas e neuróticas. De Abílio de Sousa

Pessoas que vivem em função do dinheiro renunciando o que há de precioso nas suas vidas: família e - o mais importante - a sua própria saúde física e mental.

E depois ficam-se admirados com o aumento da taxa de doenças mentais em quase todas as profissões; as pessoas sentem-se cansadas, desmotivadas, sobretudo, não sentem reconhecidas e, outras, exercem profissões que odeiam apenas para ter dinheiro para pagar as contas no final mês.

Jovens passam doze anos da sua vida a estudar para os exames finais num sistema que pouco importa das suas reais potencialidades ou vocações pois vive obcecado pelas notas/média. Exame final de duas horas jamais irá avaliar as reais competências humanas-culturais dos alunos pois cada um é inteligente ao seu ritmo por não são seres mecânicos ou robôs, mas seres humanos. É um sistema que nada educa porque o seu verdadeiro objetivo é formar indivíduos para o mercado de trabalho. O diploma é mais importante do que conhecimento, cultura, educação, moral e ética. Passam cinco anos na faculdade para obter dois títulos académicos e depois é vê-los sentados numa caixa duma grande superfície de consumo. Para refletir, Portugal tem um dos maiores consumos de antidepressivos, estando em quinto lugar entre os 29 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos analisados.
Em nome do consumo inventa-se dias para tudo e para alguma coisa. Consumir para deitar fora!
Quem não produz e não consume é excluído e no Natal são lembrados por aqueles que fingem não os ver durante o ano.
Os cuidadores informais já têm estatuto, mas continuam a não ter direitos é o mesmo que não ter nada. Idosos como pessoas com mais de 40 anos desempregadas são tratados como descartáveis. No próximo ano a idade da reforma será de 66 anos e 6 meses. Pelos vistos, com o aumento da esperança de vida, as próximas gerações irão reformar aos 120 anos!!
A falta de tempo para leitura ou para se cultivar, resulta conversas fiadas sobre futebol, trabalho e a vida dos outros. O exercício físico é evitado porque é muito cansativo, no entanto, nos meses de peregrinação, milhares caminham centenas de quilómetros até ao Santuário de Fátima. Em suma: em nome da fé conseguem andar quilómetros e quilómetros, mas, em nome da saúde, aos fins-de-semana ou dias de folga, preferem ficar em casa ou no café olhar para o smartphone, fumar um cigarrinho e beber imperiais.

No meio disto tudo existe pessoas que não compactuam com estes valores e comportamentos e são olhados como inadequados ou “loucos “.
Pois,
é que nesta vida é necessária uma grande dose de loucura para viver enquanto outros sobrevivem.