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Meu cantinho.

Meu cantinho.

IGNORAR AS FOFOCAS É UMA DAS MELHORES MANEIRAS DE SER FELIZ. Por Marcel Camargo.

“Lembremos que a verdade sempre aparece, a despeito de toda fofoca e toda maldade que nos cerca, pois o bem, assim como na ficção, haverá de ser mais poderoso do que o mal na trama de nossas vidas.”

 

É normal e esperado que pais, familiares e amigos íntimos preocupem-se conosco e perguntem sobre nossas vidas. Nesses casos, trata-se de afeto e consideração, pois quem nos ama nos dá atenção com intenções sinceras. Porém, há quem pareça saber tudo sobre nossas vidas, até mais do que nós mesmos sabemos, e pior, indivíduos que mal conhecemos, pois não fazem parte de nosso caminhar.

Existem pessoas que têm mania de falar da vida alheia para quem quiser ouvir e onde estiver. De longe, controlam a hora em que chegamos e saímos, o que almoçamos e com quem, se repetimos ou não a roupa, se trabalhamos direito, com quem estamos nos relacionando, enfim, são os biógrafos de plantão. Temos a sensação de que estamos sendo observados por câmeras escondidas, tamanha é a convicção com que essas pessoas fazem afirmações sobre nossas vidas.

Se os biógrafos de vidas alheias se limitassem a nos pesquisar para si só, seria menos irritante. Mas não, eles fazem questão de falar sobre nós para os outros, na maioria das vezes denegrindo nossa imagem, destacando em nós aquilo que eles julgam inadequado. Têm a necessidade de apagar qualquer brilho que possa vir a ofuscar a sua suposta superioridade, no trabalho e na vida lá fora, fazendo de tudo, de forma perigosamente velada, para que chefes e colegas vejam em nós alguém não confiável.

Tentar controlar a vida do outro é tão inútil quanto varrer as folhas enquanto venta. As pessoas são o que são e não mudarão para simplesmente atender aos caprichos de outrem. Mudamos nossos comportamentos quando nos conscientizamos verdadeiramente de que estejam nos prejudicando e somente se quisermos. Controlar o parceiro excessivamente não vai impedi-lo de trair. Controlar o trabalho do colega não o fará deixar de entrar atrasado ou de enrolar o dia todo. Ninguém tem poder sobre a vida alheia, felizmente ou infelizmente que seja. Ser pressionado e acuado muitas vezes nos incita à revolta e à tentação de agirmos exatamente de forma contrária às expectativas do outro. Nossa natureza é rebelde e reage negativamente ao controle externo – a vida, libertadora em sua essência, odeia amarras de quaisquer tipos.

Pessoas que se comprazem em querer saber tudo da vida do outro parecem ser indivíduos vazios e infelizes, pois não conseguem achar nada de bom em si mesmos, ou seja, não enxergam nada que valha a pena dentro de si e necessitam se preencher com algo de fora. Tentar diminuir o outro com maledicências, além de ser uma atitude covarde, denota fraqueza emocional e de caráter. O vazio interior e o desprezo de si mesmo devem ser tão insuportáveis, que passam então a ser combatidos com a exposição venenosa da vida alheia. Quem é infeliz consigo mesmo não suporta ver ninguém esboçando sorrisos e tenta atrair tudo à sua volta para sua escuridão miserável – inutilmente, na maioria das vezes, pois quem brilha por si só não se abala com miudezas como essas.

A preocupação dos pais com as andanças dos filhos, dos amigos com nossa saúde física e emocional, do chefe com nossas tarefas, do professor com nosso aprendizado são bem vindas e necessárias, pois servem como motivação e ordenação de aspectos importantes de nossas vidas. No entanto, sermos observados e comentados negativamente por pessoas que não nos dizem respeito, que não se importam minimamente com o nosso bem, é perturbador e desagradável. Podemos até tentar deixar claro, aos enxeridos de plantão, que estamos incomodados e que procurem algo mais proveitoso para si próprios com o que se ocupar, mas dificilmente nos ouvirão, pois seu caráter é surdo.

Ignoremos simplesmente, pois não suportam desprezo de ninguém, além de serem indignos de que percamos um segundo de nossas vidas com eles. Lembremos que a verdade sempre aparece, a despeito de toda fofoca e toda maldade que nos cerca, pois o bem, assim como na ficção, haverá de ser mais poderoso do que o mal na trama de nossas vidas. Porque não somos celebridades, então não somos obrigados.




DESAPEGAR É VIVER LEVE. Por Flávio Jonatan.

O se soltar é mágico. Nos prendemos à várias coisas em nosso cotidiano. Bens materiais, rotina, cheiros, pessoas e relacionamentos. Com o passar do tempo a gente vai percebendo que em um ou outro momento da vida, fomos escravos de nossos pensamentos e aspirações. Olhamos pro joelho e não vemos marcas dos tombos, mas na alma, sempre ficam algumas cicatrizes.

Comece a praticar o desapego em sua vida e verá como tudo se tornará mais leve. Dê passagem de ida para aquela amizade sem reciprocidade, onde só um liga. Dê tchau pro amor de um só. Pratique amor próprio. Não tenha medo de dizer até mais. Desapegar é dizer pra se mesmo que tudo está nos trilhos. É não ter medo nem insegurança de seguir adiante com firmeza. Mantenha a calma. Respire. Olhe pra dentro de você com amor e afeto.

Pegue uma mochila. Nada melhor que uma viagem pra sentir novos cheiros e novos ares. Se olhar pra trás, que seja pra se certificar de que sua bússola está no caminho certo.

Com o passar dos anos, aprendemos a valorizar mais as pequenas coisas. Os pequenos gestos se transformam em grandes momentos. Você irá perceber que suas melhores lembranças foram definidas em momentos sutis. Em um bom papo horas afora. Em um olhar de quietude quando você mais precisava.

Você irá perceber que o pouco pode ser muito mais do que você achava que era o mais importante. Vivemos aprendendo e com esse aprendizado, vamos invertendo prioridades.

Ao praticar o desapego, você irá se encontrar mais com você mesmo. Uma taça de vinho em sua própria companhia, não lhe trará mais medo da solidão. Pra quem sabe se desapegar, até mesmo a solidão se torna amiga e necessária.

Viva e faça questão só do que for de verdade, sem precisar ser forçado ou algo do tipo.

Olhe pra frente. Se olhar pra trás, verá que sua melhor versão está bem mais adiante.




NÃO QUERO TER UM MILHÃO DE AMIGOS, QUERO TER MENOS PARA TER BONS. Por Michelle Oliveratto

NÃO QUERO TER UM MILHÃO DE AMIGOS, QUERO TER MENOS PARA TER BONS. POR MICHELLE OLIVERATTO

 Desculpem-me os apaixonados pela canção que diz: “Eu quero ter um milhão de amigos/ E bem mais forte poder cantar”, permita-me discordar, esse desejo não me representa, por mais que vivemos em uma cultura onde a quantidade vale mais que a qualidade, ainda insisto na ideia que menos é mais. Não quero ter um milhão de amigos e, acredito que no canto mais contido, entoado por poucas vozes, talvez no sussurro, existem emoções e poderes milagrosos.

Nas redes sociais, a notificação de solicitação de amizade é quase um certificado de popularidade. Nossas vidas, cada vez mais, virou uma dança dos números e, não são pelos números de dias que duraram aquelas férias que proporcionaram uma alegria tremenda, ou por quanto tempo durou a última crise de riso, ou quantos anos tem minha amizade mais longa, mas sim, pelos números de “curtidas” que a foto daquela festa recebeu. Pelo número de amigos que tenho em cada rede social. Tudo tem que ser muito, para assim, sermos mais. Mais amados, aceitos e populares.

E nesses tempos de excessos, o tamanho dos braços já não é mais suficiente para que estendidos, possam comportar todos os amigos da festa em uma mesma foto, inventaram o “pau de selfie”, uma estrutura metálica criada para auxiliar no registro de momentos, onde tudo é em grande escala. Isso não é uma critica, é apenas um convite para refletir se entre esses inúmeros amigos adicionados, se nas fotos onde a multidão se aglomera para o melhor registro, existe ao menos um amigo que ficará do seu lado no momento que você mais precisar. E se a resposta for sim, considere-se uma pessoa de sorte.

No meu facebook conto com uma quantidade significativa de pessoas que conheci na escola, trabalho, faculdade e em outras pequenas ocasiões. Já participei de festas e já me espremi para sair em fotos com centenas de “amigos”, mas foram nos dias sem festas, quando eu não era uma boa companhia, quando meu discurso não era descontraído e não tinha nada para oferecer, aqueles que permaneceram do meu lado é que intitulei de amigos.

São esses poucos amigos, que contabilizando não ultrapassam de três e, entre esses três, apenas uma amiga que está presente em todos os momentos, desde velório, festa de família e ouvinte incansável das minhas maiores mazelas. Foi com essa amizade que vivêncio diariamente essa mística de parentesco opcional que é ter um amigo, que vai além do elo sanguíneo. Não temos o mesmo sangue correndo nas veias, mas essa convivência é tão vital quanto.

Um amigo de verdade irá adotar sua dor como se fosse dele. Irá ouvir mil vezes a mesma história, pois sabe o quanto que aquela repetição te ajuda no processo de cura. Um amigo de verdade irá apontar seus defeitos e suas falhas com a mesma honestidade que aponta suas maiores virtudes. É aquela pessoa que quer sua companhia até quando a dor te rouba às palavras e você tem para oferecer apenas o silêncio. É alguém que vai olhar nos olhos dos teus defeitos, medos e fragilidades e te chamar de amigo. Um amigo é uma pessoa que sabe tudo sobre você, reconhece sua imperfeição e mesmo assim te ama.

Desejo que independente de como anda suas redes sociais, ou o tamanho da lista de convidados das festas que frequenta, que você saiba reconhecer na multidão os verdadeiros amigos. Que você saiba cativá-los e retribuir toda empatia. Porque como toda relação, a amizade é feita de troca, reciprocidade, tempo e momentos compartilhados. Que você tenha e seja um ótimo amigo. E como diz aquela canção do Frejat: “Eu te desejo, muitos amigos/ Mas que em um você possa confiar/E que tenha até inimigos/Pra você não deixar de duvidar”