Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Meu cantinho.

Meu cantinho.

Estar sozinho também é estar completo. Texto de Beatriz Rodrigues.

Por muito tempo, o filme “Ele não está tão afim de você” foi um dos filmes mais significativos na minha vida. O enredo é basicamente focado na vida de Gigi, personagem de Ginnifer Goodwin, que passa a vida buscando um alguém pra chamar de seu. E em meio a isso deparando-se com vários adágios acerca de encontrar alguém e permanecer com esse alguém, passando a maior parte do tempo se frustrando. Tudo isso devido sua ansiedade por uma relação, o drama exarcerbado, e ânsia de não ser mais sozinha.

Em meio a história de Gigi, nos deparamos com outras histórias, como a da personagem de Jennifer Aniston, que namora há anos, mas seu parceiro se recusa a dar um passo adiante. Ou como a história da personagem de Scarlet Johansson, que se envolve com um homem casado, mesmo tendo ao seus pés alguém que faria tudo por ela. Homem casado esse, interpretado pelo Bradley Cooper, que se encontra em desagrado com a relação dele com a esposa.

No começo me identificava absurdamente com Gigi. Sempre tive a ânsia de não ser sozinha, de estar com alguém, de conhecer alguém que vai me tratar como eu sempre quis. Me empolgo, dou tudo de mim, e quando não dá certo, nossa, fim do mundo! Culpo a mim, ao outro, a terra, o céu, e quem mais eu puder culpar. Corro atrás de pessoas que me digam que afinal, “ele vai voltar”, ou “ele vai reconhecer seu valor”, ou “conheço uma menina que teve a mesma história, e no fim ele viu que a falta que ele sentia só ela poderia suprir”. MENTIRA.

E é por ser mentira que, hoje, mais do que nunca, meu maior exemplo desse filme é a personagem Janine, interpretada pela atriz Jennifer Connelly, esposa do personagem de Bradley Cooper. Ela fez de tudo pra ser mais pelo marido, pra que eles dessem certo. Para ela descobrir tudo que ele já vinha escondendo dela. Mas no fim, mesmo com o aparente desastre caído sobre sua vida, ela continuou. Ela se libertou de tudo que a fazia menos. E no fim ela terminou sozinha.

Mas quem foi que disse que pra gente ser feliz a gente precisa de alguém? Besteira. Enquanto não formos o melhor de nós para nós mesmos, nunca seremos o melhor de nós para alguém.

Viveremos atrás de alguém, e esse alguém não bastará, e aí partiremos para outra, e encontraremos problema, e aí partiremos para outra. E tudo isso se tornará um ciclo vicioso e nós nos tornaremos destruidores ambulantes de corações. Nosso coração vai se tornar preguiçoso, e nunca vamos enxergar o problema óbvio: Nós mesmos.

Nós somos o problema para nossa própria felicidade. Enquanto nós buscarmos em outras pessoas o que necessita achar dentro de nós mesmos, nós nunca seremos plenamente felizes. Sempre sairemos de um relacionamento alegando “ faltar algo”, ou “ o sentimento não ter crescido como deveria”, quando na verdade o que falta somos nós mesmos. O que falta é seu discernimento para se tornar alguém inteiro, alguém sem necessidade de estar com outra pessoa, mas que está com a pessoa por que quer.

E quando finalmente enxergarmos que sozinho somos inteiros, e que um final feliz nem sempre inclui um outro alguém, que as vezes inclui somente se aceitar, se bastar e se tornar a melhor versão de nos a cada dia é aí que estaremos prontos para ser dois.

Afinal, ninguém quer metades. Então, que olhemos para nós mesmos, para bem dentro de nós, e nos perguntemos: O que estou fazendo? Por que estou em um relacionamento? Por carência? Por não estar tranquilo comigo mesmo? Por vaidade? Por que eu tenho uma péssima notícia para você, meu caro amigo: Enquanto você caminhar pelos corações alheios procurando se satisfazer unicamente, você nunca será plenamente feliz. Resolva-se! Encontre-se! Complete-se primeiro. E depois dê o melhor de você para alguém. Por que nem de longe nosso final feliz pode se resumir em alguém sanando buracos que nós mesmos devemos preencher.

Deixo abaixo a estrofe final do filme “Ele não está tão afim de você”:

“Ensinam muitas coisas as garotas: Se um cara lhe machuca, ele gosta de você. Nunca tente aparar a própria franja. E um dia, vai conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre. Todo filme e toda história implora para esperarmos por isso: A reviravolta no terceiro ato, a declaração de amor inesperada, a exceção à regra. Mas as vezes focamos tanto em achar nosso final feliz que não aprendemos a ler os sinais, a diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer, entre os que vão ficar e os que vão te deixar. E talvez esse final feliz não inclua um cara incrível. Talvez seja você sozinha recolhendo os cacos e recomeçando, ficando livre para algo melhor no futuro. Talvez o final feliz seja só seguir em frente. Ou talvez o final feliz seja isso: Saber que mesmo com ligações sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda a vergonha e todo constrangimento, você nunca perdeu a esperança."


 

DEIXE PARTIR QUEM NÃO QUER FICAR, DEIXE CHEGAR QUEM VAI TE FAZER BEM. Texto de Najara Gomes.

Quando a gente se envolve com alguém, fazemos um laço tão forte que depois fica difícil soltar. Mas se tem algo que devemos aprender, é nos desfazer dos nós que só estão presentes para sufocar. Mesmo sabendo que vai doer e vamos abrir um vazio que vai ecoar saudade por muito tempo, é nosso dever abrir espaço para quem quer somar na nossa vida.

O “abrir espaço” não serve apenas para dar a oportunidade de uma substituição. Jamais devemos pensar que só seremos feliz se tiver uma mão segurando a nossa. Porém, quando estamos fixados em nos desdobrar para manter alguém que já desistiu há tempo ao nosso lado, estamos nos fechando para qualquer outra chance que poderia aparecer. E não existe nada mais injusto com nós mesmos do que não nos permitirmos abrir todas as portas que a vida coloca no nosso caminho, apenas para tentar entrar à força na única que está trancada.

Se alguém demonstrou que não te quer, não existe divina providência que possa mudar isso. E insistir, se doar, tentar novas maneiras, novas frases, atitudes; só faz você cavar um buraco cada vez mais fundo e difícil de sair. Aprenda a jogar o livro fora quando já não tem mais nenhuma página em branco para ser escrita. É preciso aceitar o fim e principalmente, a inexistência de uma continuação.

Quem ama sozinho, chora por dois.

Desista da obsessão e habitação no passado. Olhe em volta, perceba como tudo ainda está inabitável e repare em todas as opções de novos caminhos. Nosso coração é forte, consegue sobreviver aos finais, ainda que pareça que vai se encolher. O que ele não aguenta são as constantes tentativas de se espremer para se encaixar onde não cabe, onde não há espaço. Então, que tenhamos a decência de não nos diminuirmos para permanecer na vida de quem não nos guarda.

Vai sempre existir um outro alguém, uma nova música, um outro primeiro encontro. Mas pra isso é necessário se desprender de quem não te impulsiona para o futuro. Soltar os laços, avançar o caminho e se dar a chance de viver uma nova história que não machuque. É o mínimo que se espera de um amor, então não existe motivo para aceitar menos. O coração aguenta e melhor, se fortalece em cada recomeço.

Recomece.




Não se compare, inspire-se. Texto de Natália Cola de Paula

Todas as comparações incorrem em erros, pois todas pessoas são diferentes e não possuem a mesma vida e nem as mesmas experiências. Se for para comparar-se, compare sua versão presente com a do passado.

 

Tal cenário comparativo agrava-se com o advento das redes sociais, uma vez que as pessoas expõem ali sua melhor versão, seus melhores momentos, sua melhor roupa, com a melhor maquiagem, usando o sapato novo e naquele lugar maravilhoso. Acontece que aquela postagem, ou aquele "stories" ou "status", é apenas um clique de um momento efêmero, na maior parte do dia, mês e ano, as pessoas não possuem essa vida de ostentação e beleza. Então por que as pessoas só mostram cenas bonitas e agradáveis de si mesmas? Porque vivemos em uma sociedade que oculta as tristezas, os problemas e enaltece a beleza, os bens materiais e o "status social". Assim, há um ciclo vicioso virtual em que as pessoas estão sempre se mostrando bem, felizes, comendo bem, vestindo-se conforme a moda, frequentando lugares legais e acompanhadas de amigos e namorados. Não há problema algum em realizar uma postagem feliz, de estar bem consigo e com as pessoas ao seu redor, o problema consiste em forçar e forjar a felicidade, e em menosprezar-se por comparar sua vida imperfeita com a fictícia perfeição exagerada pelos outros nas redes sociais.

 

Esse cenário de exposição nas redes sociais em que estamos atualmente inseridos corrobora com as comparações, conforme dito. Acontece que as pessoas não são iguais, cada um tem suas vivências e experiências, seus defeitos e qualidades. Não dá para tecer comparações entre as pessoas sendo que cada uma tem um estilo de vida, um modo de ser, agir, pensar, amar e sonhar. Simplesmente, comparações só servem para limitar.

A título de exemplo, peguemos uma moça comum e uma atriz global. Obviamente a moça comum terá uma rotina comum, acordar, talvez fazer um exercício físico, comer, estudar, trabalhar, cuidar dos afazeres domésticos etc. Por outro lado, a atriz global terá uma rotina diferente, inerente à sua profissão. O que precisamos entender é que atrizes, modelos e celebridades vivem da própria imagem, elas precisam estar sempre belas para a gravação da novela ou para aquela entrevista. Necessitam de um corpo malhado, precisam de um cabelo hidratado, de uma roupa estilosa, uma unha bem feita, porque esse é o mundo delas. Obviamente elas depreendem tempo para isso, alimentação regrada, exercícios físicos, infinitos tratamentos de beleza cujos nomes até desconheço. Não há problema algum em nada disso. O intuito aqui não é criticar a moça comum e nem a celebridade pelo modo de vida que cultivam. O fito é esclarecer que são pessoas diferentes, com vidas diferentes e prioridades diferentes, logo, não podem ser comparadas. Toda comparação que for feita entre desiguais incorrerá em equívocos e poderá servir para minar a auto-estima de uma das partes.

Já ficou claro que comparações com terceiros são errôneas porque cada pessoa tem a sua singularidade. Agora vamos explicitar uma comparação muito comum. A comparação que diminui, que mina o valor, que subtrai a auto-estima e faz sentir-se pior do que o outro. Essa comparação ocorre quando comparamo-nos com pessoas que julgamos serem melhores do que nós. Só abrindo uma aspas aqui, ninguém é melhor do que ninguém, mas, por vezes, nossa mente rotula as pessoas injustamente assim. Quando comparamos nossa vida, nossas conquistas, nossas roupas, nossas notas universitárias, nosso corpo, nosso cabelo, nosso guarda-roupas, nosso carro, nossa casa, com os de outra pessoa que consideramos ideal, maravilhosa, com coisas magníficas e melhor que nós, nos sentimos ínfimos e piores seres humanos. Esse sentimento comparativo parvo só nos traz malefícios e não corresponde à realidade dos fatos. Não é que o terceiro é mais inteligente que você só porque tira mais nota em determinada matéria, é que a realidade dele é diferente da sua, a forma de aprendizagem e a bagagem acadêmica dele é diferente da sua. Olhamos o outro e nos comparamos mesmo desconhecendo a realidade alheia. Você não sabe o quanto ele se esforçou e estudou, também não sabe se ele possui afinidade e uma inerente facilidade com a matéria em comento. Qualquer comparação que faça, qualquer conclusão que retire, será injusta consigo mesmo e com a terceira pessoa. Será injusta com você porque se diminuirá e questionará seu esforço baseando-se em uma nota de uma pessoa sem entender as peculiaridades de cada um. Será injusto com a terceira pessoa porque você não sabe os esforços feitos por ela para alcançar aquela nota e nem a realidade da vida dela.

A respeito disso, um primeiro ponto que é importante frisar é que a comparação com alguém que você julga ser melhor que você em determinado aspecto pode tornar-se um sentimento diminuidor e degradante. Não devemos deixar isso tomar conta de nosso ser. Ao invés de ficar aí observando a vida alheia e diminuindo-se ao olhar para a sua própria realidade, olhe para o outro e inspire-se.

Evolua como ser humano para não cultivar inveja, nem criar um complexo de inferioridade. Observe o que você admira no outro, note a característica que você enaltece nele, como a inteligência, persistência, beleza física, estilo de vestir-se, corte de cabelo e inspire-se. Tente aprender com o outro qual caminho ele percorreu para alcançar algo que você almeja, e adapte isso a sua rotina, a sua realidade, ao contexto de suas possibilidades. Isso é evoluir, é olhar para o outro e não invejar e nem se sentir mal comparando-se, mas sim admirar pontos positivos nele, saber que ele não é melhor do que você, só está em um momento e uma situação de vida diferente da sua e também trilhou um caminho que talvez você ainda não tenha trilhado, e tudo bem! Cada um deve entender que tem seu tempo e suas singularidades.

Por fim, costurando todas as ideias aqui explanadas, vale a pena citar uma frase do ilustre filósofo grego Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo." O autoconhecimento faz com que você se olhe com mais cuidado e carinho, sabendo quem é, onde quer chegar, quais são suas prioridades, sonhos e objetivos, pontos fortes e fracos, assim, não tecerá comparações infundadas, pois será sábio o suficiente para olhar para a vida alheia e extrair admiração e inspiração. Ninguém é melhor e nem pior do que ninguém. Todos estamos aqui evoluindo. Não despreze quem é, seu aprendizado, suas experiências, tenha orgulho de quem está tornando-se, siga seus planos ao seu tempo.

Simplesmente pare de se comparar com os outros, seu caminho é só seu, trilhe sua própria história, pois você é o autor e ator da sua telenovela chamada vida. Se for para comparar-se, compare-se com você mesmo no passado e procure ser 1% melhor hoje do que foi ontem, e, para isso, inspire-se em pessoas de sucesso, admiráveis, sem se comparar.